Na passada sexta-feira, dia 18, às 21.30 horas, realizou-se, na Sociedade Recreativa União Pragalense, uma sessão ordinária da Assembleia Municipal de Almada, onde a Associação de Moradores da Z0na do Bairro do Matadouro, através de José Luís da Silva, vice-presidente, apresentou e leu a seguinte moção da Direcção, no ponto da ordem de trabalhos dedicado ao público, a propósito do falecimento de José Augusto da Silva Oliveira Magalhães:
Senhor Presidente da Assembleia Municipal de Almada
Senhora Presidente da Câmara Municipal
Senhores Vereadores
Senhores Deputados Municipais
Senhores Munícipes
No passado dia 10 de Julho do corrente ano, faleceu José Augusto da Silva Oliveira Magalhães, natural da freguesia de Almada, onde nasceu no ano de 1932.
No passado dia 10 de Julho do corrente ano, faleceu José Augusto da Silva Oliveira Magalhães, natural da freguesia de Almada, onde nasceu no ano de 1932.
Filho de uma família pobre numerosa, cedo conheceu todas as adversidades da vida miserável que o Estado Novo, implantado quatro anos antes em Portugal, tinha para dar aos mais necessitados: fome, más condições de habitação e trabalho, doenças e morte prematura de homens, mulheres e crianças, analfabetismo e terror policial. No entanto, cedo também começou a ganhar consciência de classe e revolta contra esse estado de coisas no meio associativo e operário almadense que frequentava, tendo participado nas lutas antifascistas e eleitorais da CDE contra o regime e de apoio aos familiares dos presos políticos.
Durante muitos anos José Augusto, conhecido no meio por «Borrega», foi colaborador e atleta da equipa de futebol do Almada Atlético Clube e funcionário do Matadouro de Almada.
Com o 25 de Abril de 1974, colaborou com outros democratas na Comissão Administrativa da Junta de Freguesia de Almada, onde, eleito pela FEPU, foi tesoureiro mais tarde.
Fundador da Comissão de Moradores do Bairro do Matadouro, criada em 1 de Maio de 1975, foi aqui que José Augusto da Silva Oliveira Magalhães mais largas deu à sua actividade associativa e ao movimento popular, liderando durante muitos anos esta estrutura de base, da qual fez parte até à sua morte.
Democrata convicto, respeitador das diferentes opiniões ideológicas presentes na Comissão de Moradores, esteve à frente da ocupação e criação da Escola Básica/Jardim de Infância do Bairro do Matadouro e da ocupação de várias quintas da zona pertencentes ao Fundo de Fomento da Habitação para alojamento de refugiados e retornados das ex-colónias que chegavam aos milhares todos os dias ao nosso País e no arranjo de casas de moradores pobres do Valdeão, Penajoia e Olho de Vidro, hoje realojados no Plano Integrado de Almada.
Esteve à frente da Comissão que construiu o ringue polivalente, o edifício de apoio e as instalações da Comissão de Moradores e participou na luta pela construção do Hospital Garcia de Orta no Bairro do Matadouro.
Pessoa modesta, avessa a homenagens, consideramos que a personalidade de José Augusto da Silva Oliveira Magalhães não pode ser esquecida e é merecedora de pública homenagem póstuma do Poder Local almadense pelo seu passado de democrata, antifascista e militante do movimento associativo e popular.
Honra à memória de José Augusto da Silva Magalhães!
Na devida altura dos trabalhos da Assembleia, a senhora Presidente da Câmara Municipal de Almada, em resposta às intervenções do público, começou por referir-se à personalidade de José Augusto da Silva Oliveira Magalhães, que conheceu de perto, prometendo que a sua memória seria homenageada pública e condignamente pelo Município e pela população almadense.
Na devida altura dos trabalhos da Assembleia, a senhora Presidente da Câmara Municipal de Almada, em resposta às intervenções do público, começou por referir-se à personalidade de José Augusto da Silva Oliveira Magalhães, que conheceu de perto, prometendo que a sua memória seria homenageada pública e condignamente pelo Município e pela população almadense.
Por sugestão do Bloco de Esquerda, prontamente aceite pelas bancadas da CDU, PS e PSD, a moção da Direcção da Associação de Moradores do Bairro do Matadouro foi adoptada e votada por unanimidade pela Assembleia Municipal, tendo sido guardado um minuto de silêncio após a aprovação das moções de pesar.